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Premiações e investimentos

Com o ressurgimento em definitivo da Copa do Nordeste em 2013, o valor de premiação das equipes participantes subiu ano após ano até a chegada da pandemia. Era um sinal evidente de crescimento da competição, que saltou de R$ 5,6 milhões em 2013 para R$ 34,3 milhões em 2020, segundo levantamento do blog do jornalista Cassio Zirpoli

 

Esse valor corresponde ao que é gerado a partir das cotas de venda de direitos de transmissão e patrocínios, como explica o jornalista Elton Serra. "Essas são as receitas que a Liga do Nordeste tem em relação a competição. Parte dessas receitas são repassadas aos clubes como cota de premiação. Tem a cota de campeão, vice, inclusive os que participam da pré copa do nordeste, antes da fase de grupos".

 

As cotas de TV fazem parte dos direitos comerciais da competição, negociados pela Liga do Nordeste através da Livemode, empresa de tecnologia parceira da organização. "Nosso trabalho hoje com a Liga e a Copa do Nordeste é auxiliar toda a gestão de negócio dela. Toda a parte de transmissão, venda e entrega de patrocínio, construção do produto em si e dos elementos da competição, tudo é de nossa responsabilidade", explica Filipe Dias, sócio da Livemode e gestor do projeto Copa do Nordeste. A Livemode intermedia as negociações entre Liga do Nordeste e emissoras de TV e patrocinadores.

 

As premiações citadas são repassadas aos clubes desde a fase preliminar. Posteriormente, quando os 16 times da fase de grupos são definidos, eles são divididos em 4 cotas, de acordo com a posição de cada um no ranking da CBF. A Cota 1 tem os maiores valores e a 4, os menores. Um time consegue mais dinheiro em premiações de acordo com a sua campanha. Quanto mais avançar de fase, maior o valor arrecadado. Em 2022, o campeão Fortaleza ganhou cerca de R$ 3,5 milhões em premiações. O tricolor cearense recebeu os valores da Cota 1 no início da competição e foi acumulando esse o valor citado conforme passava de fase.

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Após o recorde de R$ 34,3 milhões em 2020, o valor distribuído entre os clubes em 2021 caiu para R$ 28,4 milhões, mas voltou a subir em 2022, atingindo o valor total de R$ 31,5 milhões. Para efeito de comparação, o campeonato pernambucano de 2020 teve a maior cota de TV distribuída entre os estaduais no nordeste: R$ 4 milhões, sem dinheiro de premiação dado ao vencedor ou aos melhores colocados.

 

O aumento dos valores de premiação da Copa do Nordeste pode ser interpretado como um combustível na busca de união dos clubes da região. "Ainda é difícil para o futebol brasileiro se entender como um grupo. Claro que você quer um título para você e não para o seu rival, mas o futebol brasileiro tem dificuldade de entender que, se o rival me puxa pra baixo, eu vou para baixo. Se o meu rival melhora, ele me puxa pra cima", opina Clara Albuquerque, correspondente da TNT Sports (antigo Esporte Interativo) na Itália e que cobriu as primeiras edições da Lampions.

 

A jornalista considera que essa organização dos clubes, tanto individual quanto coletiva, somada ao investimento financeiro, são as chaves para alçar o futebol nordestino a um patamar maior dentro do cenário nacional. "Uma coisa puxa a outra, quanto mais organização você tem, mais investimento vai ter, maior seu poder de competitividade. É um ciclo, e se você quebra um deles, acaba".

 

Se considerarmos o recorte das edições de Copa do Nordeste a partir de 2013, somente no ano inaugural a premiação do torneio se resumiu “apenas” a dinheiro. Confira as premiações esportivas dadas ao campeão de cada edição de Copa do Nordeste:

  • 2013 (Campinense) - não houve

  • 2014 (Sport) - vaga na Copa Sul-Americana

  • 2015 (Ceará) - vaga na Copa Sul-Americana* + vaga no Troféu Asa Branca 2016**

  • 2016 (Santa Cruz) - vaga na Copa Sul-Americana* + vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil + vaga no Troféu Asa Branca 2017** 

  • 2017 (Bahia) - vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil

  • 2018 (Sampaio Corrêa) - vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil

  • 2019 (Fortaleza) - vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil

  • 2020 (Ceará) - vaga na terceira fase da Copa do Brasil

  • 2021 (Bahia) - vaga na terceira fase da Copa do Brasil

  • 2022 (Fortaleza) - vaga na terceira fase da Copa do Brasil

*o campeão só tinha vaga na Sul-Americana do ano seguinte se fosse eliminado da Copa do Brasil antes da fase oitavas de final. Em 2015, o Ceará se classificou para a etapa e perdeu a vaga na competição sul-americana. Com isso, o Bahia (vice-campeão) herdou a vaga.

**torneio criado como forma de abrir a temporada do futebol nordestino, disputado entre o campeão do nordeste do ano anterior e um convidado, em jogo único e realizado no estádio do vencedor da Lampions. Foram apenas duas edições, em 2016 e 2017. Na primeira, o Ceará venceu o Flamengo nos pênaltis. No ano seguinte, o Santa Cruz recebeu o Paysandu, campeão da Copa Verde, e também venceu: 1 a 0 no tempo regulamentar.

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