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PADRÃO LAMPIONS

A história da Copa do Nordeste

No ano de 2011, a Confederação Brasileira de Futebol foi obrigada a assinar um acordo que garantia dez edições de Copa do Nordeste no calendário do futebol brasileiro, após problemas com a interrupção do campeonato no início do século XXI. Reinventada em 2013, a Lampions League chegou a sua décima edição em 2022 como uma das principais competições do primeiro semestre do calendário brasileiro e consolidada como um produto de sucesso, e objeto de desejo de cada um dos seus participantes.

1946 - 1976

OS PRIMÓRDIOS

Oficialmente, a Copa do Nordeste existe desde 1994. Isso não significa que foi naquele momento que aconteceu o primeiro regional do futebol deste local. Há cerca de 100 anos, em 1923, um torneio chamado Troféu Nordeste teria sido realizado na cidade de Maceió, com a participação de oito equipes de Alagoas, Bahia, Paraíba e Pernambuco, com o América-PE se consagrando campeão. No entanto, há divergências históricas sobre a existência deste torneio. 

 

“É totalmente falso, esse torneio nunca existiu. É um mistério como isso foi se tornando uma história possivelmente oficial, porque está num suposto livro de 100 anos do América, houve uma homenagem da Assembleia Legislativa de Pernambuco sobre o torneio. O que houve foram dois amistosos contra o mesmo time”, afirma Luiz Teles, jornalista e pesquisador de memória e cultura esportiva. Segundo Luiz, “nenhum dos clubes supostamente envolvidos tem registro desses jogos”. A capital de Alagoas, no entanto, ainda seria de grande importância para a história da Copa do Nordeste.

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Edição do dia 3 de fevereiro de 1923 do jornal Diário de Pernambuco. Texto divulga excursão do América-PE a Maceió para enfrentar o CSA no dia 4 e o rival CRB no dia 6 de fevereiro. 

Foto: Hemeroteca Digital

No ano de 1946, a capital do Rio Grande do Norte sediou um torneio com pretensões bem diferentes da atual Copa do Nordeste. O estádio Juvenal Lamartine foi o pretexto para a existência da Copa Cidade de Natal, que teve todos os jogos ocorridos naquele estádio, para celebrar a instalação do sistema de iluminação do local. Quatro equipes participaram, cada uma representando o seu estado: América-RN, Fortaleza, Treze-PB e América-PE. Apesar de enxuto na quantidade de times, o torneio começou em julho de 1946 e só terminou em maio de 1947. América-RN e Fortaleza se enfrentaram na grande final e o tricolor cearense levou a melhor.

 

A pretensão de reunir os melhores times da região pôde ser vista em 1948, quando aconteceu o Torneio dos Campeões do Nordeste. Participaram desta competição os campeões estaduais da Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco, além do vice-campeão paraibano. Com Bahia e Santa Cruz iniciando o torneio em uma fase mais avançada que os demais participantes, ambos chegaram à final e o Bahia se sagrou campeão do torneio.

 

É importante enfatizar que, naquela época, a divisão regional do Brasil era um pouco diferente da atual configuração. Os nove estados do nordeste já tinham seus territórios definidos da forma que é conhecida hoje, mas eles eram divididos em três regiões: Nordeste Ocidental (Maranhão e Piauí), Nordeste Oriental (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas) e Leste Setentrional (Bahia e Sergipe). No entanto, jornais da época tratavam Fortaleza e Bahia como campeões do nordeste.

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Jornais da época davam um caráter verdadeiramente regional aos torneios. Nas duas primeiras fotos, Fortaleza (1946) e Bahia (1948) são chamados de "campeões do nordeste"

Fotos: Correio do Ceará e Diário de Pernambuco

Além desses torneios, o campeonato nacional surgiu também de maneira regionalizada. A Taça Brasil de 1959 é considerada o primeiro Campeonato Brasileiro, e os times do nordeste (junto com os da região norte) iniciaram a competição divididos nos grupos Norte e Nordeste. Cada grupo tinha um vencedor, e ambos se enfrentaram para definir o representante da Zona Norte nas semifinais do campeonato. A Copa Norte era apenas uma fase de uma competição, e por esse motivo, “títulos” como esses não são equiparados oficialmente ao atual Nordestão.

 

O último torneio regional realizado pré-Copa do Nordeste foi o José Américo de Almeida Filho. Com duas edições (1975 e 1976), o campeonato foi realizado como uma forma de homenagem ao recém inaugurado estádio homônimo ao campeonato, e popularmente apelidado de Almeidão, em João Pessoa. A primeira edição teve apenas clubes de Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. Já a edição de 1976 também teve representantes da Bahia, Pernambuco, Sergipe e o Volta Redonda, clube do Rio de Janeiro, que jogou como convidado.

 

CRB e Vitória foram os campeões dessas duas edições, respectivamente. Em 2014, a Liga do Nordeste enviou uma lista de campeões do nordeste para a CBF, em que pedia o reconhecimento dos títulos dos alagoanos e baianos para a entidade nacional de futebol do Brasil. Três anos depois, o Leão da Barra fez novo pedido à CBF, desta vez em conjunto com o Náutico, para reconhecer os títulos conquistados antes de 1994. Os pernambucanos teriam até um benefício maior com a decisão, pois passariam a ter cinco títulos. No entanto, a CBF mantém a chancela de campeão do nordeste apenas para os vencedores de 1994 em diante.

Infográfico 01.png

24

edições de regionais aconteceram entre 1946 e 1976

10

dessas edições fizeram parte do Campeonato Brasileiro

05

títulos conquistou o Náutico, recordista do período

OS PRIMÓRDIOS

FASE NORDESTÃO

1994 - 2003

O ano de 1994 foi marcante para o futebol brasileiro. O Brasil voltou a conquistar a Copa do Mundo depois de 24 anos, no time comandado por Romário e Bebeto, que venceu a Itália na grande final. Naquele mesmo ano, o estado de Alagoas, através de sua entidade (Federação Alagoana de Futebol), organiza o que viria a ser a primeira Copa do Nordeste reconhecida oficialmente pela CBF. Chamada de Taça Governador Geraldo Bulhões (que comandava o estado de Alagoas à época), o torneio teve um formato um pouco diferente do atual.

 

Se atualmente os jogos da competição são distribuídos pelas cidades-sedes de cada um dos clubes participantes, o Nordestão de 1994 foi realizado somente em Alagoas, durante o mês de dezembro. O campeonato com três cidades-sede (Maceió, Arapiraca e Capela) foi realizado em um intervalo de 12 dias (entre 3 e 15 de dezembro), com três jogos para cada equipe na primeira fase e mais três para os que chegassem até a final. 

“Na época, o governo do estado desenvolvia algumas ações de incentivo a presença de público nos estádios de Alagoas. A presença da Copa do Nordeste foi desenvolvida através de uma ação de governo que tinha uma preocupação maior com a ausência de público.”
Wyderlan Araújo, jornalista e comentarista esportivo

A competição contou com representantes da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e, claro, Alagoas, com cinco equipes representando o estado. Assim como acontece no formato atual, 16 equipes participaram da competição, mas divididas em quatro grupos com quatro equipes cada uma. Desde 2019, os times são separados em apenas duas chaves com oito participantes cada.

 

Na final, por pouco os alagoanos não viram um time local vencer. O CRB chegou até a final contra o Sport, mas os pernambucanos venceram a disputa nos pênaltis em pleno Estádio Rei Pelé, onde o time local costuma sediar seus jogos, na capital Maceió. O dia 15 de dezembro de 1994 consagrou o primeiro dos três títulos regionais do Leão pernambucano.

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Primeiro campeão do nordeste, o Sport de 1994 tinha Juninho Pernambucano (agachado, ao centro) em seu elenco. Meia estava em início de carreira e ainda se tornaria ídolo do Vasco e do Lyon, da França.

Foto: Divulgação/Sport

Estadual ou Copa do Nordeste?

Quem acompanha futebol brasileiro percebe que a relação dos clubes com o campeonato estadual mudou bastante nos últimos anos, e de maneira ainda mais acentuada no nordeste. Há alguns anos, os principais clubes da região preferem usar equipes alternativas nos estaduais para priorizar a Copa do Nordeste. 

 

"Na década de 1990, até o início dos pontos corridos (2003), dava-se muita importância aos estaduais pela rivalidade, porque o Campeonato Brasileiro era inacessível a muitos clubes, a Copa do Brasil dava menos vagas pelo estadual, então o campeonato local acabava sendo a grande competição no ano", explica o jornalista Elton Serra, atualmente comentarista da Copa do Nordeste pelos canais Disney.

 

É como se vencer o estadual não fosse "mais que a obrigação". Elton compara a relação dos nordestinos e os seus estaduais com a atual situação do Paris Saint-Germain, da França. "O PSG cansou de ganhar o título francês, a torcida vaiou o time depois de uma conquista de um campeonato nacional porque fracassou na Champions League, e no francês o PSG é campeão quase todo ano com um pé nas costas. Os estaduais passaram a ser assim recentemente pros clubes mais tradicionais", diz o jornalista baiano. No jogo que confirmou o título francês da temporada 2021/22, os Ultras do PSG boicotaram a festa e saíram do estádio para comemorar sem os jogadores.

Dinastia baiana

Após um hiato entre 1995 e 1996, a Copa do Nordeste voltou a ser disputada em 1997 com mudanças importantes no que se refere à organização da competição. Isso porque a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) assumiu o torneio e passou a chefiá-lo. O campeão do Nordestão também garantiria vaga na Copa Conmebol, torneio sul-americano que é considerado precursor da atual Copa Sul-Americana, o segundo torneio mais importante do continente. Com a chancela da principal entidade esportiva do país, o regional aconteceu ininterruptamente por sete anos, com diferentes formatos.

 

Em 1997, por exemplo, o campeonato foi 100% eliminatório: os 16 clubes começavam já nas oitavas de final, e o número de competidores caía pela metade a cada fase, até a grande final. Todas essas fases foram realizadas em jogos de ida e volta, incluindo a decisão. No ano seguinte, a CBF traz de volta o formato de times divididos em grupos, em duas fases diferentes, com jogos realizados em cada uma das cidades das equipes participantes.

 

Diversas mudanças de regulamento aconteceram sequencialmente neste período. Entre as sete edições, somente 1999 e 2000 tiveram formatos idênticos. A cada ano, os 16 times eram divididos de maneira diferente e tinham um número de jogos a disputar.

 

O grande ponto em comum entre essas edições consecutivas ocorridas no período foi a supremacia dos times baianos, em especial a dupla Bahia e Vitória. Pelo menos um dos dois times de Salvador esteve nas finais disputadas entre 1997 e 2003, e levaram cinco dos títulos, sendo três do Leão e outros dois do Tricolor. Em três desses jogos, a decisão contou com ambos (1997, 1999 e 2002), mais uma vez com superioridade rubro-negra: 2 títulos conquistados, contra um do Esquadrão. Somente o América-RN e o Sport superaram a dupla baiana neste período, com títulos conquistados contra o Vitória nas edições de 1998 e 2000, respectivamente. 

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Maior campeão dessa primeira fase de Campeonato do Nordeste, o Vitória conquistou duas das três taças deste período contra o arquirrival Bahia na grande decisão. Na primeira delas, em 1997, tinha no elenco o atacante Bebeto, campeão do mundo com a Seleção Brasileira três anos antes. O baiano detém o feito de ser o único a vencer ambas as competições como jogador. Rogério Ceni também conquistou as duas taças, mas foi campeão mundial em 2002 como jogador e do nordeste em 2019 como técnico.

A DUPLA BA-VI ESTEVE EM

TODAS

AS FINAIS ENTRE 1997 E 2003

03

DESSAS EDIÇÕES (97, 99 E 02)

A FINAL FOI DECIDIDA ENTRE OS DOIS RIVAIS EM

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TÍTULOS CONTRA O RIVAL:

2 X 1

Infográfico 02.png

Título internacional escapou do CSA

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CSA esteve a um passo de ser o primeiro nordestino com um título internacional. Em pé: Roberto Alves, Fábio Magrão, Mazinho, Márcio Pereira, Jivago, e Veloso. Agachados: Mimi, Leo, Bruno Alves, Missinho e Willams Bidé.
Foto: Museu dos Esportes de Alagoas

Em 2021, o Fortaleza se tornou o primeiro clube da região a conseguir uma vaga na Copa Libertadores através do Campeonato Brasileiro no formato atual (de pontos corridos), iniciado em 2003. Além disso, o quarto lugar na tabela final foi a melhor de um nordestino na história do torneio por pontos corridos, superando o 5º lugar do Vitória em 2013.

 

Os nordestinos acumulam algumas participações na Libertadores e nas Copas Sul-Americana. Como já foi citado, o Nordestão começou a ser organizado pela CBF a partir de 1997, o que permitia a participação do vencedor do regional na Copa Conmebol. E foi justamente nesta competição que um clube da região esteve muito perto de ser campeão internacional.

 

Na edição de 1999, o Vitória levou o caneco do Nordestão. Mas a vaga na competição continental teria sido recusada pelo rubro-negro. Vice daquele ano, o Bahia também recusou a vaga, mesma atitude tomada pelo terceiro colocado Sport. Com tanta passagem de bastão, a vaga caiu no colo do CSA, que não só disputou como chegou à final da competição.

 

O torneio era disputado no formato eliminatório a partir das oitavas de final. Os alagoanos venceram o Vila Nova-GO, o venezuelano Estudiantes e o São Raimundo-PA para chegar na grande decisão contra o argentino Talleres. A final aconteceu em dois jogos, e quem marcasse mais gols na soma dos placares vencia o torneio.

 

A primeira partida aconteceu em Maceió e deu Azulão: 4 a 2. Na partida decisiva, na cidade de Córdoba, o Talleres vencia a partida por 2 a 0 até os 46 minutos do segundo tempo. Com o placar agregado em empate, o título seria decidido na disputa de pênaltis com aquele resultado. No entanto, os argentinos marcaram mais uma vez no finalzinho da partida e passaram à frente: 3 a 0 em Córdoba e 5 a 4 na soma dos placares. Festa dos argentinos e o CSA voltou para o Brasil com o vice.

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Passe o mouse por cima dos confrontos para ver os placares dos jogos:

No entanto, o clube alagoano trata com carinho essa campanha, mesmo sem o título. “O CSA e o torcedor valorizam muito essa final, até o vice-campeonato. Essa ideia do vice não é muito valorizada aqui no Brasil, mas essa situação do CSA é um dos raros momentos que eu vejo um torcedor falar com orgulho de um vice campeonato internacional”, conta o jornalista e comentarista esportivo alagoano Wyderlan Araújo. A trajetória na Copa Conmebol gerou um mini documentário no canal oficial do CSA no YouTube. O canal da Copa do Nordeste também produziu um vídeo sobre a campanha do Azulão.

 

O CSA de 1999 segue como o único nordestino da história a disputar uma final internacional.

Campeonato Brasileiro e "fim" do Nordestão

13

GOLS MARCOU SÉRGIO ALVES PELO BAHIA EM 2002, MAIOR ARTILHEIRO DE UMA SÓ EDIÇÃO DE COPA DO NORDESTE

65.924

PESSOAS ASSISTIRAM A FINAL BAHIA 3 X 1 SPORT EM 2001, MAIOR PÚBLICO DA HISTÓRIA DO TORNEIO , NA FONTE NOVA

Pela Copa do Nordeste, a situação não foi diferente. Os dois maiores públicos pagantes da história da competição aconteceram justamente neste período: Bahia 3 x 1 Sport e Bahia 3 x 1 Vitória, ambos jogos válidos pela final da competição e disputados na Fonte Nova. O tricolor levou a melhor em ambas as decisões após os dois jogos e faturou os seus primeiros títulos regionais. Outro recorde realizado pelo Bahia foi alcançado pelo atacante Sérgio Alves, em 2002. Com 13 gols, se tornou o jogador a marcar mais gols em uma só edição da Copa do Nordeste. Sérgio superou o recorde do ano anterior, pertencente a Kuki, ídolo e quarto maior artilheiro da história do Náutico, que balançou a rede 12 vezes.

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O clima de sucesso da competição ruiu rapidamente logo depois, por "culpa" do Campeonato Brasileiro. A principal competição do país teve uma mudança drástica de formato entre 2002 e 2003. Deixou de ser disputada em mata-mata (competição onde há jogos eliminatórios para decidir o campeão) para se tornar um campeonato de pontos corridos, onde o campeão é decidido após todas as equipes se enfrentarem duas vezes, e o time com maior pontuação se sagra vencedor. 

A virada do século XX para o XXI pode ser considerada um momento de auge para os campeonatos regionais no Brasil. Um exemplo é o Torneio Rio-São Paulo, tradicional entre as equipes dos dois estados e que foi retomado nessa época após sucesso nas décadas de 1950 e 1960. A CBF chegou a criar a Copa dos Campeões, que existiu entre 2000 e 2002 e reunia campeões da Copa do Nordeste, Rio-São Paulo, Copa Sul-Minas, Copa Norte e Copa Centro-Oeste, além de outras equipes participantes, para definir uma das vagas brasileiras para a Libertadores da América. 

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Essa mudança de regulamento do Brasileirão significou uma necessidade de uma maior quantidade de datas disponíveis para jogos. Para se ter uma ideia, Santos e Corinthians, finalistas em 2002, disputaram 31 jogos na campanha. Em 2003, todas as 24 equipes do campeonato jogaram o mesmo número de vezes: 46. Antes iniciado só no segundo semestre, o campeonato passou a ser disputado a partir de março ou abril, a depender do ano.

 

Com isso, a Copa do Nordeste sentiu o impacto já em 2003. Diversas equipes desistiram de participar do torneio daquele ano, incluindo Bahia e Sport. A edição contou somente com 12 participantes e um formato completamente diferente do que vinha acontecendo. O que não mudou foi a presença baiana na final: Vitória e Fluminense de Feira de Santana decidiram o torneio em dois jogos. Ambas as partidas terminaram em empate, uma por 1 a 1 e outra sem gols. O regulamento previa que a equipe de melhor campanha geral levantaria o troféu, o que fez o Vitória gritar "é campeão" pela terceira vez. O Leão teve uma trajetória com apenas cinco jogos até alcançar o título, e ainda viu a ascensão do atacante Nadson, àquela altura uma promessa das divisões de base do clube e artilheiro daquela edição do Nordestão.

 

O tri do Vitória encerrou um ciclo da competição. A CBF cancelou o torneio e ele não foi disputado nos anos seguintes. No entanto, os clubes fundadores do Nordestão acionaram judicialmente a entidade máxima do futebol brasileiro, cobrando indenização de cerca de R$ 25 milhões. Isso porque o contrato assinado pelas equipes previa mais algumas edições, o que não foi cumprido. A CBF alegou falta de datas para a realização da Copa do Nordeste e o torneio adormeceu por alguns anos. Após longas brigas e sucessivas derrotas, a CBF assinou um acordo judicial que garantia dez temporadas consecutivas de Copa do Nordeste no calendário brasileiro, no ciclo entre os anos de 2013 e 2022.

08

edições de regionais aconteceram entre 1994 e 2003

07

finais deste período tiveram a presença de equipes baianas 

04

equipes foram campeãs, com destaque ao Vitória (3)

FASE NORDESTÃO
Estaduais
Dinastia baiana
CSA na Copa Conmebol
"Fim" do Nordestão
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equipes disputaram a Copa do Nordeste entre 1994 e 2022, sendo que:

13

jogaram só a Fase Nordestão (1994-2003)

25

jogaram só a Fase Lampions (2010 a 2022)

19

jogaram ambas as fases

57

*levando em conta os times que chegaram à fase de grupos

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Times participantes

FASE LAMPIONS

2010 - 2022

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Sete anos se passaram sem Copa do Nordeste na vida do torcedor e dos clubes. Os anos de 2003 a 2010 não foram anos muito gloriosos para o futebol nordestino de uma maneira geral. Logo no primeiro Brasileirão de pontos corridos, em 2003, Bahia e Fortaleza terminaram como rebaixados para a Série B. O Vitória caiu no ano seguinte. Santa Cruz, Náutico, Sport e América-RN também sofreram com o descenso para a "Segundona" neste período. O time potiguar fez, até aquele momento, a pior campanha da história do Brasileirão de pontos corridos, com apenas 17 pontos somados no campeonato de 2007. A marca ruim foi superada apenas em 2021 pela Chapecoense, que somou apenas 15.

O mesmo América-RN (2 vezes), Santa Cruz, CRB, Campinense, ABC, além de Bahia, Vitória e Fortaleza, também experimentaram a queda para a Série C, a terceira divisão do futebol brasileiro, neste período. O maior ponto fora dessa curva negativa foi a conquista histórica do Sport, que foi campeão da Copa do Brasil de 2008 em cima do Corinthians. O jogo decisivo aconteceu em Recife, com a Ilha do Retiro lotada para ver o Leão se tornar o primeiro e único campeão nordestino da Copa do Brasil. Dois anos depois, o Vitória chegou à final nacional, mas foi batido pelo Santos de Neymar, Paulo Henrique Ganso e Robinho.


Além do Sport, somente ABC (Série C 2010) e Guarany de Sobral (Série D 2010) obtiveram conquistas nacionais no período. E é justamente em 2010 que o regional começa a ressurgir, mas de uma maneira nada convidativa para o torcedor. Ainda com o nome de Campeonato do Nordeste, o torneio teve início no dia 8 de junho daquele ano. Três dias depois, África do Sul e México entraram em campo para a primeira partida da Copa do Mundo, a primeira realizada em solo africano. As duas competições aconteciam simultaneamente, o que tornou o regional bem menos atrativo.

TIMES NORDESTINOS ENTRE 2003 E 2010:

21

REBAIXAMENTOS
(Séries A, B e C)

3

CONQUISTAS
NACIONAIS

Para completar, a temporada brasileira estava no meio, o que levou diversos times a utilizarem equipes reservas ou juniores na competição, como uma forma de dar ritmo de jogo a atletas alternativos e poupar os titulares. Apesar do baixo engajamento esportivo, a edição de 2010 foi importante para o retorno definitivo da competição, três anos depois. "Ela estreitou a relação da Liga do Nordeste com o Esporte Interativo, reativou um campeonato que muita gente considerava 'perfeito' 10 anos antes, e também forçou essa negociação com a CBF para o campeonato acontecer", explica o jornalista Elton Serra.

 

“Essa competição em 2010 foi importante para os clubes perceberem que ela era viável. A forma que aconteceu não foi das melhores, mas foi uma bandeira de resistência. Muita gente não levou fé que continuaria, por conta dessa bagunça de acontecer jogos e muita gente não saber que estava acontecendo”, opinou Elton.


Iniciada no meio do ano, a edição de 2010 terminou apenas no mês de dezembro, e com isso interferiu na reta final do Campeonato Brasileiro, em todas as suas divisões. O Vitória, por exemplo, jogou a decisão do Nordestão com um time alternativo no dia 2 de dezembro, três dias depois da última rodada do Brasileirão diante do Atlético-GO, que culminou no rebaixamento dos baianos para a Série B. Foi justamente o Leão da Barra que se sagrou campeão do nordeste naquele ano, e se tornou o primeiro tetracampeão da região.

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Aos poucos, os clubes foram desistindo da competição para buscar um calendário mais enxuto. Com isso, a CBF não realizou a Copa do Nordeste nos dois anos seguintes.

A era "Lampions League"

A Copa do Nordeste não aconteceu em 2011 e 2012, mas em 2013 ela voltou e para ficar. Com a edição de 2022, já são dez anos consecutivos de regional no calendário do futebol brasileiro. Em 19 de janeiro de 2013, Ceará x ABC deram o pontapé inicial para a competição que definitivamente se tornou prioridade para os clubes do Nordeste.

 

Se a "Fase Nordestão" foi marcada por um amplo domínio da dupla BaVi nas conquistas, o mesmo não se pode dizer do momento que vive a competição entre 2013 e 2022. Foram sete campeões diferentes em dez edições, sendo que o primeiro a vencer duas vezes dentro deste período foi o Ceará, no ano de 2020. O alvinegro cearense é recordista em finais disputadas no período, empatado com o Bahia, que disputou quatro. Além da dupla, as equipes que jogaram mais de uma final foram Sport (três vezes), Campinense e Fortaleza (duas vezes cada). 

 

Logo no primeiro ano de competição, uma final inédita: Campinense-PB e ASA-AL definiram o regional, naquela que é a única final da história entre dois times do interior. A decisão aconteceu no formato ida e volta, com o primeiro jogo realizado em Arapiraca e o segundo em Campina Grande. Quem se deu bem no fim foi a equipe paraibana, que venceu as duas partidas e ergueu a "Orelhuda", o novo troféu da Copa do Nordeste, com o formato bem semelhante ao da Liga dos Campeões da Europa, que é apelidado dessa mesma forma.

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2013

O campeão do interior

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O histórico time do Campinense de 2013, com um estádio Amigão lotado para ver o time vencer o ASA na grande final e alcançar o maior título da história do clube.

Foto: Rafael Ribeiro/CBF

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Dos nove campeões nordestinos oficialmente reconhecidos, apenas um vem do interior: o Campinense Clube, de Campina Grande, cidade que é popularmente orgulhosa de ter uma das maiores festas de São João do mundo. Localizada a cerca de 128 quilômetros da capital João Pessoa, a cidade paraibana abriga uma das maiores rivalidades do interior do Nordeste e do Brasil, entre o próprio Campinense e o Treze.

 

Os clubes formam um dos principais clássicos do país. O jogo entre Campinense e Treze é apelidado de “Clássico dos Maiorais”. Em uma pesquisa feita no ano de 2013 pela Revista Época, que buscava elencar quais seriam as maiores rivalidades entre clubes do Brasil de acordo com o público, o confronto entre as equipes de Campina Grande ficou na nona colocação. Foi a melhor posição de um clássico nordestino na pesquisa, que ainda contou com o BaVi na décima colocação.

 

Em 2013, o Brasil vivia as expectativas trazidas pela Copa do Mundo, que seria realizada em 2014. Um ano antes do mundial, o país receberia a Copa das Confederações, e os estádios construídos ou transformados em arenas para o evento mundial começavam a ter as obras concluídas e, a partir disso, estavam prontos para uso. O Castelão, em Fortaleza, foi reinaugurado durante a Copa do Nordeste: uma rodada dupla entre Fortaleza x Sport e Ceará x Bahia, um jogo após o outro, durante a terceira rodada da fase de grupos.

No entanto, o estádio a receber a grande partida do torneio não foi nenhuma das arenas de Copa do Mundo, e sim o estádio Amigão, oficialmente chamado Estádio Governador Ernani Sátyro. Foi lá que o Campinense venceu o ASA por 2 a 0 e levantou o troféu de campeão do nordeste, para fechar uma campanha quase impecável nos jogos ocorridos naquele estádio.

 

O Campinense atuou seis vezes no Amigão durante a campanha de título do Nordeste, com cinco vitórias e um empate. Venceu Santa Cruz, CRB-AL e Feirense-BA na fase de grupos, empatou com o Sport nas quartas de final, venceu o Fortaleza nas semis e o triunfo contra o ASA na decisão coroou a grande campanha da Raposa, com um importante detalhe: o goleiro Pantera não sofreu gols nesses seis jogos. Curiosamente, o arqueiro e ídolo do Campinense foi formado nas categorias de base do ASA. Foram mais de 150 jogos de Pantera com a camisa rubro-negra e participação importante no maior título da história do clube.

O GOLEIRO PANTERA NÃO SOFREU

NENHUM

GOL JOGANDO NO ESTÁDIO AMIGÃO

Copa (100%) do Nordeste

2015

De acordo com o Estatuto do Torcedor, um campeonato só pode ter o regulamento alterado "após dois anos de vigência do mesmo regulamento". Com isso, a Copa do Nordeste só poderia passar por modificações em seu formato na edição 2015. E foi justamente o que aconteceu, de uma maneira importante para a região como um todo. Foi naquele ano que os times de Maranhão e Piauí ganharam o direito de participar da competição. Foi também no ano de 2015 que surgiu a Copa Verde, torneio regional entre as equipes do norte e centro-oeste brasileiro.

 

Com a mudança de regulamento em 2015, que gerou a entrada de representantes do Piauí e do Maranhão na competição, o campeonato teve 20 participantes já naquele ano, mas manteve a primeira fase com os grupos tendo quatro equipes cada um. Dessa vez, eram cinco grupos, ao invés de quatro. Os oito classificados para a fase final eram determinados da seguinte maneira: os primeiros colocados de cada chave passavam, além dos três melhores segundos colocados, ou seja, entre as cinco equipes que terminaram em segundo lugar nos seus grupos, apenas as três de melhor campanha classificavam para as quartas de final. 

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Como cada anel da taça representa um estado participante da Copa do Nordeste, ela também foi alterada. Os sete anéis viraram nove:

O formato novo trouxe também um novo campeão. Após ser vice para o Sport em 2014, o Ceará chegou novamente à final da Lampions e dessa vez para vencer: bateu o Bahia em Salvador e na capital cearense para levantar o primeiro título de Copa do Nordeste de sua história. 

 

No ano seguinte, a competição teve outro campeão inédito. É verdade que o Campinense teve a chance de conquistar o bicampeonato, mas a equipe paraibana ficou no quase. O Santa Cruz levou a Orelhuda naquele ano, em uma equipe comandada pelo experiente atacante Grafite e pela então revelação Keno, que viria a ser campeão brasileiro por Palmeiras e Atlético-MG posteriormente. De volta ao Santa Cruz após 13 anos e uma passagem de sucesso na Europa e participação em Copa do Mundo pela Seleção Brasileira, Grafite ajudou o clube pernambucano a voltar à Série A do Brasileirão após dez anos, com o vice-campeonato da Série B de 2015.

Sport fora da Copa do Nordeste

2017

A Copa do Nordeste ganhou estabilidade no calendário brasileiro, mas algumas crises aconteceram no percurso. Em 2017, pouco tempo depois de ser vice-campeão do torneio, o Sport anunciou que estava saindo da Liga do Nordeste e, consequentemente, de competir na "Lampions" de 2018. O rubro-negro, campeão em 2014, fez o anúncio juntamente com o Náutico, e ambos os clubes decidiram pela saída alegando falta de rentabilidade da competição e problemas com datas, que tornariam o calendário dos clubes cheio demais.

 

À época, os dirigentes dos dois times do Recife comentaram sobre a dificuldade de se jogar duas vezes por semana com tanta frequência, e que isso poderia acarretar na baixa adesão do público aos jogos.

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"Tivemos vários jogos, aqui em Pernambuco, com mil, 800 pagantes, o que nunca havia acontecido. Jogando quarta e domingo, quarta e domingo toda semana. Até podemos jogar quarta e domingo, mas tem de ser exceção. Esse não é o único, mas é um dos motivos para termos jogos com públicos tão baixos. Porque o excesso de jogos pouco atrativos acaba fazendo o torcedor ter de escolher: ou vai para um jogo ou vai para outro",

Arnaldo Barros, presidente do Sport, durante coletiva realizada em julho de 2017, de acordo com cobertura do site ge.

Após o anúncio da dupla Sport e Náutico, havia expectativa em cima do posicionamento do Santa Cruz sobre a sua participação. O outro grande clube de Pernambuco afirmou que iria ficar na competição e não aderiu ao movimento, segundo foi publicado pelo site “Lance!”. Pouco depois de anunciar a saída, o Náutico voltou atrás e decidiu participar da Copa do Nordeste de 2018. A vaga do Timbu foi garantida na fase preliminar através de classificação pelo estadual, e o time acabou eliminado na fase de grupos.

 

Em 2019, o Sport manteve a postura e seguiu fora da competição. Naquele ano, o regulamento foi modificado mais uma vez e o Bahia ameaçou abandonar a competição também, o que não chegou a acontecer. Somente em 2020 o Sport decidiu pela filiação à Liga do Nordeste novamente e voltou para o regional. A vontade do clube de retornar passou pela eleição do novo presidente do clube, Milton Bivar, que sinalizou o interesse de trazer o Leão da Ilha de volta à Lampions.

Regulamento e mudanças

O regulamento da Copa do Nordeste foi novamente modificado para a edição de 2018. O torneio ainda seria disputado por 20 equipes, mas a fase de grupos teria novamente quatro grupos com quatro equipes cada, totalizando 16 participantes nesta fase. Antes disso, foi disputada uma fase preliminar, com oito equipes. As quatro equipes que venceram a eliminatória se classificavam para a fase de grupos. Os quatro confrontos foram decididos em sorteio, e disputados em ida e volta.

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O Bahia chegava para aquela edição como o atual campeão. Depois da frustração do vice-campeonato em 2015, o tricolor encarou o Sport na final de 2017 e faturou o tricampeonato da Copa do Nordeste, com empate no primeiro jogo em Recife e triunfo em Salvador. Em 2018, chegou novamente à final, mas foi surpreendido pelo Sampaio Corrêa. O placar agregado dos dois jogos foi de apenas 1 a 0 para os maranhenses, com gol marcado no primeiro minuto do primeiro jogo pelo atacante Uilliam. Nem a Fonte Nova lotada foi capaz de furar a barreira da Bolívia Querida, consagrada como campeã do nordeste e a defesa menos vazada dessa nova fase da competição: apenas quatro gols sofridos pelo goleiro Andrey nos 12 jogos da campanha.

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REGULAMENTOS DIFERENTES DE 2010 A 2022

A COPA DO NORDESTE TEVE

Para o ano de 2019, uma nova mudança de regulamento. A fase de grupos passou a ser disputada com dois grupos de oito equipes, onde os times do grupo A enfrentaram os do grupo B, totalizando oito confrontos nessa fase. As regras do sorteio definiam que os dois melhores ranqueados de cada estado no ranking nacional da CBF não poderiam estar no mesmo grupo. Com isso, o regulamento garantia que os maiores clássicos estaduais da região acontecessem durante a Copa do Nordeste pelo menos uma vez. Essa regra se manteve nas edições seguintes e, até 2022, o torneio continuou sendo disputado com dois grupos de oito equipes cada. Na “Fase Lampions”, a final nunca foi decidida entre duas equipes do mesmo estado.

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A alternância de campeões continuou em 2019. Campeão da Série B em 2018 e celebrando o retorno à elite do futebol brasileiro após 12 anos, o Fortaleza foi mais um time a levantar o troféu de campeão do nordeste de maneira oficial. O novo formato da competição colocava os confrontos de quartas de final e semis em jogo único, enquanto a final seguia sendo disputada em dois jogos. O Leão do Pici eliminou Vitória e Santa Cruz para vencer o Botafogo-PB na final e gritar “É campeão!”. Foi o terceiro título da passagem do técnico Rogério Ceni pelo clube, que tem a marca de ser um dos dois campeões do nordeste a também ser campeão da Copa do Mundo (o atacante Bebeto conquistou ambos os torneios como jogador).

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Entenda como funcionou o regulamento da Copa do Nordeste em 2022:

Pandemia e "volta às raízes"

2020-2022

Em 2020, a Copa do Nordeste começou em janeiro e seguia a sua programação normal até a sétima e penúltima rodada da fase de grupos. Naquele momento, o mundo inteiro parou por conta da Covid-19, que teve a pandemia declarada no dia 11 de março de 2020. O Brasil iniciou o seu lockdown e, assim como todas as demais atividades não essenciais, o futebol precisou ser paralisado. O que ninguém poderia imaginar naquele momento é que a disseminação da doença afetaria não somente a edição de 2020, mas também as duas seguintes.

 

Eram apenas 200 casos de covid confirmados no país quando três jogos fecharam a sétima rodada da fase de grupos da Lampions, em 15 de março de 2020. Depois daquele dia, a bola só voltaria a rolar mais de quatro meses depois, em 21 de julho, em vitória do Fortaleza sobre o América-RN por 3 a 1. O retorno da competição não significou uma mudança de regulamento, mas precisou “retornar às raízes”. Assim como na primeira edição, em 1994, a Copa do Nordeste 2020 foi disputada em uma única sede: o estado da Bahia. A maioria dos jogos foi disputada na capital Salvador, mas as cidades de Feira de Santana, Riachão do Jacuípe e Mata de São João (Praia do Forte) também receberam duelos da oitava rodada da fase de grupos. Vale ressaltar que a Fonte Nova, principal estádio baiano, não foi utilizado no torneio por ter tido o espaço cedido para a instalação de um hospital de campanha.

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Ceará em 2020 e Bahia em 2021 levantaram o troféu de campeão do nordeste em estádios sem presença de público; Vozão comemorou em Salvador e o Esquadrão, na capital cearense

Fotos: reprodução/Twitter e Felipe Oliveira/EC Bahia

Depois da oitava rodada, foram disputados os jogos de quartas de final e semifinal, em jogo único. O regulamento daquele ano previa a final disputada em dois jogos, cada uma com o mando de um finalista. Apesar do campeonato ter sido realizado sem torcida e em campo neutro (pois não havia um favorecimento esportivo a nenhum clube), a final em dois jogos foi mantida, e Bahia e Ceará se enfrentaram duas vezes no estádio de Pituaçu. Mesmo em Salvador, o Ceará dominou os 180 minutos da decisão e venceu por 3 a 1 e depois por 1 a 0, para se sagrar bicampeão do Nordeste.

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O Vozão e o Esquadrão, por sinal, criaram uma rivalidade acirrada nos últimos anos dentro da Copa do Nordeste. Eles foram as equipes que chegaram mais vezes nas semifinais da competição desde 2013 (seis vezes cada um), e também em mais finais (cinco do Bahia contra quatro do Ceará). Em dez edições disputadas no período, tricolores e alvinegros se enfrentaram na decisão em três oportunidades. Nesse quesito, vantagem para o Ceará, que conquistou os seus dois títulos de Copa do Nordeste em cima do Bahia (2015 e 2020). Vale ressaltar que o Vozão venceu ambos os jogos da final, tanto em 2015 quanto em 2020. Em 2021, chegou a vencer o primeiro jogo por 1 a 0 em Salvador, mas o Bahia bateu o seu adversário por 2 a 1 em Fortaleza. O título foi decidido nos pênaltis e deu Esquadrão: 4 a 2.

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Por falar na competição de 2021, ela voltou a ter jogos em todos os estados do nordeste, e não somente em sede única. Todos os jogos, no entanto, foram disputados com os portões fechados, sem a presença de público, por conta da pandemia. O formato da competição também se manteve o mesmo, com quartas de final e semifinais disputadas em jogo único e a final em dois jogos. 

 

A volta da presença de público aconteceu de maneira gradual em 2022. Apesar do futebol brasileiro ter terminado o ano de 2021 com poucas ou nenhuma restrição de público (a depender do estado), o aumento de casos de Covid-19 no início de 2022 obrigou os governadores e prefeitos a adotarem novos protocolos para evitar a proliferação do vírus. Aos poucos, a situação foi melhorando como um todo no país e o número de casos diários registrados caiu bruscamente. Com isso, as restrições foram diminuindo e a reta final da competição teve um número mais significativo de público, principalmente na grande decisão. Fortaleza e Sport disputaram o confronto que chegou a ser apelidado de “Final dos 100 mil”, por conta da presença de cerca de 40 mil torcedores na Arena Pernambuco e dos 60 mil presentes no jogo final, na Arena Castelão. Dá para dizer que o campeonato foi encerrado com chave de ouro, em especial para o torcedor do Leão do Pici, que celebrou o bicampeonato com casa cheia.

FASE LAMPIONS
Campeão do interior
100% do Nordeste
Sport fora
Regulamento
Pandemia

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